O que está acontecendo com o mercado de PCs?
Nos últimos anos, você tem gastado mais dinheiro com equipamentos portáteis, como smartphones e tablets, ou com aquele “velho” computador que muitas vezes fica abandonado em cima da escrivaninha da sala?
Embora os PCs ainda façam parte das nossas vidas, é fato que eles têm perdido espaço no tão acirrado mercado de eletrônicos. Pesquisas e levantamentos estatísticos comprovam a queda nas vendas desse tipo de produto.
Neste artigo, você vai entender melhor por que temos deixado de investir nos desktops (seja na aquisição de um equipamento novo ou no upgrade de suas peças) e qual o futuro desse setor.
De acordo com essa publicação, estimava-se uma queda de 7,7% nas vendas de desktops entre o primeiro trimestre de 2012 e o mesmo período deste ano. Contudo, com “apenas” 76,3 milhões de unidades comercializadas, o tombo registrado superou bastante as expectativas: 13,9%.
Para você ter uma noção da representatividade desse índice, essa foi a redução mais significativa para o nicho de computadores registrada por esse órgão internacional desde 1994 — época que os PCs ainda eram considerados equipamentos de “luxo” e acessíveis para a minoria da população mundial.
E essa não foi a única pesquisa que revelou essa descida de ladeira dos desktops. Outros estudos apontam que ao longo do ano passado inteiro a procura por computadores foi 3,7% menor do que em 2011. Para 2013, os especialistas acreditam que essa taxa deva cair para 1,3% — uma projeção bem otimista no nosso ponto de vista.
Seja com percentuais maiores ou menores, o panorama é o mesmo: uma estagnação (com claros traços de decadência) do computador pessoal, que já teria atingido o seu apogeu de vendas e agora perde espaço para outros aparelhos.
Com o aumento do desemprego, a restrição de crédito e a consequente limitação do poder aquisitivo das populações de países que há pouco tempo eram consideradas soberanias intocáveis, diversos setores sofreram com o “desaparecimento” de clientes, incluindo o ramo de eletrônica.
Entre comprar comida ou um novo computador, obviamente, as pessoas preferiram satisfazer a necessidade fisiológica. Contudo, esse talvez não seja o motivo mais relevante para a queda contínua na comercialização de desktops.
Com componentes de hardware cada vez mais potentes e sistemas operacionais oferecendo novos e melhores recursos, hoje os dispositivos portáteis são quase computadores de bolso e abrem uma concorrência um tanto quanto “desleal” aos tradicionais desktops.
Como se isso não bastasse, as empresas procuram entrar na onda da portabilidade desenvolvendo plataformas e mecanismos baseados na nuvem, como é o caso do Chrome OS — o sistema da Google que praticamente opera a partir do navegador.
Tais equipamentos podem não substituir completamente os computadores (e nós acreditamos nisso), mas é indiscutível que eles têm roubado uma grande fatia do mercado que antes era dominado pelas máquinas cheias de cabos e que exigem uma mesa.
Essa evolução em nossos hábitos foi comprovada pela Accenture, multinacional de consultoria de gestão. Levantamentos realizados pela companhia revelaram um salto de 26% para 58% no consumo de smartphones e de 8% para 25% dos tablets no período que corresponde de 2009 a 2012.
Hoje em dia, mesmo uma máquina “antiga” com alguns anos de uso dá conta do recado para executar nossas tarefas rotineiras, como conferir emails, dar uma olhada no Facebook, editar documentos, assistir a vídeos, reproduzir músicas e até rodar jogos.
O argumento dado por técnicos é de que, para tais atividades, você não sentirá uma grande diferença de desempenho entre um computador equipado com uma CPU de 2 GHz e outra com um processador de 3 GHz. É possível encontrar analistas que afirmam inclusive que um Core 2 Duo ou Core 2 Quad da Intel, os quais estão no mercado desde 2006, são capazes de executar jogos bem recentes e “pesados”, como Skyrim e Borderlands 2.
Já foi diferente
Esse panorama era bem diferente algumas décadas atrás, quando o potencial de processamento dos componentes crescia exponencialmente. O aumento de performance de hardware era tão grande que um artigo publicado pelo então CEO da Intel, Gordon Moore, em 1965 ficou conhecido como a Lei de Moore.
Nessa publicação, o executivo apontava que o número de transistores e, consequentemente, de poder de processamento dos chips aumentaria 60% a cada 18 meses. A “profecia” não só se concretizou como foi superada pelas fabricantes no início dos anos 2000.
Contudo, em 2005, o próprio Moore afirmou que a sua lei não poderia se manter por muito tempo devido ao limite do uso de energia nos processadores e à condição crítica do aquecimento dos transistores, que afetaria o desempenho das CPUs. Não deu outra: atualmente, o aumento real no desempenho dos computadores pessoais está na ordem de apenas 10% a cada ano, e 16% para os laptops.
A plataforma da empresa de Redmond chegou até a “criar” um novo segmento de híbridos: os notebooks ou ultrabooks com suporte para displays touchscreen. Ainda é cedo para dizer se a tacada vai dar certo ou não, mas há quem diga que o sistema não corresponderá às expectativas.
Isso porque as pessoas não gostam de mudanças e se sentiram incomodadas com as modificações radicais na interface do SO, como a remoção do familiar botão Iniciar e a sua troca por uma tela baseada no uso em tela cheia — a atual Tela Iniciar. Além disso, os custos associados ao acréscimo de telas sensíveis ao toque tornaram os computadores opções menos atrativas.
Conforme pesquisa da Gartner, no ano passado existiam cerca de 341 milhões de PCs no mundo. Em 2013, a estimativa é que esse número caia para 315 milhões e no ano que vem para 302 milhões. Até 2017, essa quantidade deve despencar para 271 milhões de unidades.
Na contramão, os gadgets portáteis devem apresentar um crescimento de 22% a 25% somente em 2013. Os tablets são os equipamentos da moda e devem ter um aumento de vendas respeitável: saindo da estimativa de 197 milhões neste ano para mais de 467 milhões de unidades daqui a quatro anos.
Talvez, a Microsoft tenha apostado no rumo certo ao desenvolver o Windows 8, e as máquinas com tela sensível ao toque proporcionem maior praticidade em nosso dia a dia e virem esse jogo. Porém, o mais provável é que a tendência de portabilidade tenha vindo pra ficar.
Veja bem, isso não significa que os computadores pessoais vão sumir. Uma hora ou outra, seja no trabalho ou para tarefas mais específicas e exigentes, como a edição de vídeos ou a jogatina de games, a melhor opção sempre será o bom e velho PC. Tudo é uma questão de necessidade e desejo do usuário.
A realidade é que as pessoas têm trocado menos de desktops, diferente de alguns anos atrás. Assim, a linha descendente de vendas dos computadores deve continuar por mais um período razoável, até que a sua taxa de comercialização se estabilize. Claro que essas “conclusões” são tiradas com base na atual situação do mercado, o qual pode mudar a qualquer momento.
Fonte: IDC, Accenture, Gartner
Embora os PCs ainda façam parte das nossas vidas, é fato que eles têm perdido espaço no tão acirrado mercado de eletrônicos. Pesquisas e levantamentos estatísticos comprovam a queda nas vendas desse tipo de produto.
Neste artigo, você vai entender melhor por que temos deixado de investir nos desktops (seja na aquisição de um equipamento novo ou no upgrade de suas peças) e qual o futuro desse setor.
Não tá fácil pra ninguém
O cenário não anda nada favorável para as fabricantes de PCs. Segundo um levantamento realizado pela International Data Corporation (IDC), o mercado de computadores está em decadência, e maior do que a esperada.De acordo com essa publicação, estimava-se uma queda de 7,7% nas vendas de desktops entre o primeiro trimestre de 2012 e o mesmo período deste ano. Contudo, com “apenas” 76,3 milhões de unidades comercializadas, o tombo registrado superou bastante as expectativas: 13,9%.
Para você ter uma noção da representatividade desse índice, essa foi a redução mais significativa para o nicho de computadores registrada por esse órgão internacional desde 1994 — época que os PCs ainda eram considerados equipamentos de “luxo” e acessíveis para a minoria da população mundial.
E essa não foi a única pesquisa que revelou essa descida de ladeira dos desktops. Outros estudos apontam que ao longo do ano passado inteiro a procura por computadores foi 3,7% menor do que em 2011. Para 2013, os especialistas acreditam que essa taxa deva cair para 1,3% — uma projeção bem otimista no nosso ponto de vista.
Seja com percentuais maiores ou menores, o panorama é o mesmo: uma estagnação (com claros traços de decadência) do computador pessoal, que já teria atingido o seu apogeu de vendas e agora perde espaço para outros aparelhos.
Tentando explicar
Freada da economia
Entre os inúmeros fatores apontados para tentar explicar essa redução do mercado de PCs, o primeiro que nos vem à mente é a crise econômica que eclodiu em 2008, a qual ficou conhecida como a Grande Recessão, teve uma alta significativa em 2010 e persiste até hoje.Com o aumento do desemprego, a restrição de crédito e a consequente limitação do poder aquisitivo das populações de países que há pouco tempo eram consideradas soberanias intocáveis, diversos setores sofreram com o “desaparecimento” de clientes, incluindo o ramo de eletrônica.
Entre comprar comida ou um novo computador, obviamente, as pessoas preferiram satisfazer a necessidade fisiológica. Contudo, esse talvez não seja o motivo mais relevante para a queda contínua na comercialização de desktops.
Portabilidade é a onda do momento
Sem dúvida, um dos grandes responsáveis pelo desinteresse das pessoas pelos PCs é a nossa mudança de comportamento. Basta um olhar mais atento enquanto você anda pelas ruas, shoppings, restaurantes, cinemas e qualquer outro estabelecimento para ver uma grande parcela das pessoas mexendo em smartphones e tablets.Com componentes de hardware cada vez mais potentes e sistemas operacionais oferecendo novos e melhores recursos, hoje os dispositivos portáteis são quase computadores de bolso e abrem uma concorrência um tanto quanto “desleal” aos tradicionais desktops.
Como se isso não bastasse, as empresas procuram entrar na onda da portabilidade desenvolvendo plataformas e mecanismos baseados na nuvem, como é o caso do Chrome OS — o sistema da Google que praticamente opera a partir do navegador.
Tais equipamentos podem não substituir completamente os computadores (e nós acreditamos nisso), mas é indiscutível que eles têm roubado uma grande fatia do mercado que antes era dominado pelas máquinas cheias de cabos e que exigem uma mesa.
Essa evolução em nossos hábitos foi comprovada pela Accenture, multinacional de consultoria de gestão. Levantamentos realizados pela companhia revelaram um salto de 26% para 58% no consumo de smartphones e de 8% para 25% dos tablets no período que corresponde de 2009 a 2012.
Não percebi diferença nenhuma
Outra hipótese amplamente discutida entre os especialistas da área é o fato de que os computadores pessoais atuais não apresentam uma configuração tão mais avançada ou performance percebida que justifique a aquisição de um novo PC.Hoje em dia, mesmo uma máquina “antiga” com alguns anos de uso dá conta do recado para executar nossas tarefas rotineiras, como conferir emails, dar uma olhada no Facebook, editar documentos, assistir a vídeos, reproduzir músicas e até rodar jogos.
O argumento dado por técnicos é de que, para tais atividades, você não sentirá uma grande diferença de desempenho entre um computador equipado com uma CPU de 2 GHz e outra com um processador de 3 GHz. É possível encontrar analistas que afirmam inclusive que um Core 2 Duo ou Core 2 Quad da Intel, os quais estão no mercado desde 2006, são capazes de executar jogos bem recentes e “pesados”, como Skyrim e Borderlands 2.
Já foi diferente
Esse panorama era bem diferente algumas décadas atrás, quando o potencial de processamento dos componentes crescia exponencialmente. O aumento de performance de hardware era tão grande que um artigo publicado pelo então CEO da Intel, Gordon Moore, em 1965 ficou conhecido como a Lei de Moore.
Nessa publicação, o executivo apontava que o número de transistores e, consequentemente, de poder de processamento dos chips aumentaria 60% a cada 18 meses. A “profecia” não só se concretizou como foi superada pelas fabricantes no início dos anos 2000.
Contudo, em 2005, o próprio Moore afirmou que a sua lei não poderia se manter por muito tempo devido ao limite do uso de energia nos processadores e à condição crítica do aquecimento dos transistores, que afetaria o desempenho das CPUs. Não deu outra: atualmente, o aumento real no desempenho dos computadores pessoais está na ordem de apenas 10% a cada ano, e 16% para os laptops.
As pessoas não gostam de mudanças
Buscando reverter esse quadro, as empresas investem em formas alternativas e de adaptação da operacionalidade dos desktops. O maior destaque desse tipo de movimentação estratégica foi o lançamento do Windows 8 pela Microsoft — sistema que aposta nas telas sensíveis ao toque.A plataforma da empresa de Redmond chegou até a “criar” um novo segmento de híbridos: os notebooks ou ultrabooks com suporte para displays touchscreen. Ainda é cedo para dizer se a tacada vai dar certo ou não, mas há quem diga que o sistema não corresponderá às expectativas.
Isso porque as pessoas não gostam de mudanças e se sentiram incomodadas com as modificações radicais na interface do SO, como a remoção do familiar botão Iniciar e a sua troca por uma tela baseada no uso em tela cheia — a atual Tela Iniciar. Além disso, os custos associados ao acréscimo de telas sensíveis ao toque tornaram os computadores opções menos atrativas.
Que tal passar em uma vidente?
Infelizmente, pelo menos para as companhias, as previsões não são muito animadoras para o mercado de desktops. Apesar de o consumo de eletrônicos tender a um aumento de pelo menos 4% em 2013, o que totaliza um gasto de US$ 1,1 trilhão segundo uma estimativa feita pela Consumer Electronics Associations (CEA) e a empresa de consultoria GFK, os PCs devem ser deixados de lado por boa parte dos consumidores.Conforme pesquisa da Gartner, no ano passado existiam cerca de 341 milhões de PCs no mundo. Em 2013, a estimativa é que esse número caia para 315 milhões e no ano que vem para 302 milhões. Até 2017, essa quantidade deve despencar para 271 milhões de unidades.
Na contramão, os gadgets portáteis devem apresentar um crescimento de 22% a 25% somente em 2013. Os tablets são os equipamentos da moda e devem ter um aumento de vendas respeitável: saindo da estimativa de 197 milhões neste ano para mais de 467 milhões de unidades daqui a quatro anos.
A saída salvadora
Tudo bem, é fato que o nicho de PCs está decaindo. Mas o que pode ser feito para que os computadores voltem a ter a importância de outrora em nossas vidas? É com pesar que informamos a você que essa é uma pergunta sem uma resposta confiável.Talvez, a Microsoft tenha apostado no rumo certo ao desenvolver o Windows 8, e as máquinas com tela sensível ao toque proporcionem maior praticidade em nosso dia a dia e virem esse jogo. Porém, o mais provável é que a tendência de portabilidade tenha vindo pra ficar.
Veja bem, isso não significa que os computadores pessoais vão sumir. Uma hora ou outra, seja no trabalho ou para tarefas mais específicas e exigentes, como a edição de vídeos ou a jogatina de games, a melhor opção sempre será o bom e velho PC. Tudo é uma questão de necessidade e desejo do usuário.
A realidade é que as pessoas têm trocado menos de desktops, diferente de alguns anos atrás. Assim, a linha descendente de vendas dos computadores deve continuar por mais um período razoável, até que a sua taxa de comercialização se estabilize. Claro que essas “conclusões” são tiradas com base na atual situação do mercado, o qual pode mudar a qualquer momento.
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Qual a sua visão sobre o assunto? Os computadores correm algum risco de desaparecer do mapa? Você prefere o PC ou o seu smartphone? Para quais atividades você ainda acha essencial o uso dos desktops? Compartilhe a sua opinião com a gente e os outros leitores!Fonte: IDC, Accenture, Gartner
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